quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Os novos nomes da economia

Foram anunciados nesta última quinta-feira dia 27 de novembro os nomes dos novos ministros da área econômica para o segundo governo Dilma Rousseff. Joaquim Levy vai para o Ministério da Fazenda, substituindo o há muito desgastado Guido Mantega. Nelson Barbosa vai para o Ministério do Planejamento, substituindo a apagada Miriam Belchior e Alexandre Tombini, permanecerá como presidente do Banco Central, cargo que tem status de ministro.
Causou estranheza na apresentação dos novos ministros a ausência da presidente ao evento. Politicamente, ela deveria se fazer presente como autora do anúncio, por se tratar da presidente reeleita!
A nova equipe foi bem recebida pelo mercado que aposta em uma maior credibilidade da economia e do país para que os negócios possam voltar a girar sem maiores sobressaltos, embora haja certa confusão entre confiança e credibilidade. A equipe é de confiança, mas a sonhada credibilidade do país só virá com os bons resultados na economia.
Os nomes não são políticos, são técnicos de primeira linha. Joaquim Levi tem uma linha mais ortodoxa (rigidez às regras), mas, na prática, possivelmente terá que adotar uma linha mais pragmática (objetiva, prática, realista). Nelson Barbosa, próximo à presidente, foi um dos responsáveis pelo desenvolvimento dos pacotes para combater a crise financeira internacional a partir de 2008, além do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e o Programa Minha Casa, Minha Vida, de habitação, e Alexandre Tombini é um técnico competente.
O pragmatismo nos diz que hoje a ordem é reequilibrar as contas fiscais do Brasil, cujo equilíbrio foi abandonado nos últimos 2 anos, o que  acabou gerando toda essa onda de pessimismo, perda de credibilidade e até mesmo perda de confiança dos agentes econômicos. A nomeação da nova equipe econômica tende a gerar mais tranquilidade aos mercados e fazer com que o câmbio volte para perto de R$ 2,45.
Com o novo ministro da Fazenda, enterra-se de vez, o que um dia se chamou de “nova matriz econômica” representada por expansão fiscal (gasto público), pela tentativa de redução forçada de juros e câmbio desvalorizado de forma artificial o que levou o país a estagnação. Ou seja, um país que gasta mais do que arrecada tem futuro apenas de curto prazo. Provavelmente ele exigirá uma autonomia que Mantega não teve. Entretanto, somente o tempo dirá se a personalidade forte da presidente e seu controle sobre a política econômica não irão interferir na nova gestão até o ponto que abale a relação funcional. Se cada um desempenhar o seu papel acredita-se que o novo ministro da Fazenda ficará no cargo até final de 2016, quando então um novo Ministro pode assumir para preparar o terreno para a eleição de 2018, que tende a ser muito disputada. Especialistas acreditam que poderemos crescer em 2015 entre 0,5% e 1% e em 2016 entre 0,5% e 1,5% para chegarmos em 2017 próximo de 2,5%. A taxa de juros ainda deve subir um pouco mais e bater na casa de 12,50%.
Neste momento, o principal desafio é o ajuste fiscal. Mas os resultados dependerão do programa de governo que vai ser anunciado ao longo de 2015, que será o ano mais difícil dos últimos dez anos e também ao longo de todo o mandado. O superávit primário vai ter dificuldades de ser elevado em 2015, talvez seja necessário elevar imposto e contingenciar (bloquear) fortemente o orçamento reduzindo o fluxo de recursos para estados, municípios e os chamados programas sociais. São medidas impopulares e que vão demandar do novo Ministro da Fazenda um elevado compromisso para a manutenção dessas diretrizes.
As contas públicas locais e externas estão deterioradas daí ser esperado um ajuste nestes setores para permitir trazer a inflação para um nível um pouco mais baixo e retomar o crescimento.
De imediato, o mercado tende a se tranquilizar, a volatilidade do dólar deve diminuir. E para reequilibrar as contas, cabe a dobradinha, ou se aumenta impostos, ou se corta gastos. Ou se realiza as duas medidas conjuntamente. Daí, feito os planejamentos e as devidas escolhas será hora de se justificar as decisões a sociedade.
Escolhido o novo trio que ele consiga conduzir a economia com responsabilidade, visão de futuro e estímulo aos que querem produzir, trabalhar e fazer o país crescer.
Por fim, fica a lembrança de que esta política anunciada pelos novos ministros era a proposta da oposição e tudo aquilo que a presidente não externava em sua campanha eleitoral e sim a manutenção dos erros de seu primeiro governo.
Nesse contexto cabe realçar que a nova equipe econômica parece ser o remédio de Dilma contra o próprio governo Dilma. Estranho, não?
Por essas e tantas outras, é chagada a hora de se ver um Brasil mais verdadeiro e com atenção redobrada em proporcionar educação de qualidade para o seu povo. 

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