terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Investimento em momentos de crise

É comum no imaginário brasileiro a idéia de que investidores bem-sucedidos são aqueles que fazem uma aplicação inicial e a mantém por um longo período de tempo.
Ainda que haja certa verdade por trás de tal crença, ela conta apenas uma parte da história de sucesso de alguns investidores.
Na realidade, patrimônios significativos oriundos de aplicações financeiras têm duas origens: a manutenção da aplicação original e o efeito da rentabilidade, principalmente, dos juros compostos (juros sobre juros), aliado a aplicações periódicas feitas com disciplina.
O efeito da capitalização (juros sobre juros) dos rendimentos, via de regra é subestimado pela grande maioria dos investidores. Se tais ganhos são reinvestidos e sobre eles também incide a rentabilidade observada pela carteira no período seguinte, à medida que o tempo passa a contribuição desse componente para a evolução do patrimônio do investidor ganha importância crescente. No entanto, temos uma tendência natural a subestimar esse impacto, uma vez que esse processo segue a lógica de uma função exponencial, por trás da qual há uma dinâmica de crescimento a taxas crescentes e de difícil visualização para a maioria dos investidores.
Para termos uma idéia melhor do impacto dos rendimentos compostos, imagine uma aplicação “A” de R$ 10 mil com retorno de 10% ao ano e outra “B” do mesmo valor, mas com retorno anual de apenas 9%. A diferença de rendimentos entre as duas aplicações é de R$ 100,00 no primeiro ano e de R$ 219,00 no segundo ano, portanto, mais que o dobro em apenas dois anos.
Imagine então o impacto desse efeito para investimentos que são mantidos por 5, 10, 20 ou mais anos. Esse fenômeno será tão mais relevante quanto maiores forem os juros e o horizonte de tempo ao longo do qual for mantido o investimento.
Assim, pequenas diferenças de valores hoje, no curto prazo, podem resultar em grandes variações no patrimônio do investidor no longo prazo.
O investidor consciente deve estar atento ao fato de que a capitalização composta desempenha um papel mais importante do que nossa intuição sugere. Isso implica que, quando se trata de formar patrimônio por meio de investimentos financeiros – seja qual for o destino de tais recursos, como a aquisição de um imóvel, comprar um veículo novo ou preparar a aposentadoria -, o melhor é começar o mais cedo possível.
Como diria “Abraham Lincoln” com toda a sua sabedoria: “não criarás a prosperidade se desestimulares a poupança. Não fortalecerás os fracos se enfraqueceres os fortes. Não ajudarás o assalariado se arruinares aqueles que o pagam. Não estimularás a fraternidade humana se alimentares o ódio de classes. Não ajudarás os pobres se eliminares os ricos. Não poderás criar estabilidade permanente baseada em dinheiro emprestado. Não evitarás dificuldades se gastares mais do que ganhas. Não fortalecerás a dignidade e o ânimo se subtraíres ao homem a iniciativa e a liberdade. Não poderás ajudar os homens de maneira permanente se fizeres por eles aquilo que eles podem e devem fazer por si próprios”.

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