quarta-feira, 3 de junho de 2015

O Ensino na Terra do Sol Nascente

O mundo globalizado é sempre uma porta aberta para a competitividade. E dentro deste contexto, os países mais avançados vêem se preparando na busca da construção de seus futuros. Neste ambiente, o mundo empresarial, o esporte, a ciência, a tecnologia, a medicina, a economia e, principalmente, a educação, base de todos os outros conhecimentos, vem se utilizando de novos métodos e quebrando paradigmas, que surpreendem os concorrentes globais. E nessa toada só não vale é ficar parado dentro de um discurso vazio como ocorre atualmente aqui no Brasil.
Assim, o Japão vem testando um plano piloto revolucionário chamado “Mudança Corajosa” (Fotuji no henko) com base nos programas educacionais: Erasmus, Grundtvig, Monnet, Ashoka e Comenius, que se trata de uma mudança conceitual quebrando todos os paradigmas. O método é tão revolucionário que treina crianças como “Cidadãos do Mundo”, não japoneses.
Nessas escolas japonesas não se rende o culto a bandeira, o hino não é cantado, não se vangloria heróis inventados pela história. Os alunos já não acreditam que o seu país é superior aos outros só porque eles nasceram nele. Eles já não vão à guerra para defender os interesses econômicos de grupos poderosos, disfarçados de “patriotismo”.
O foco principal do ensino está na compreensão e aceitação das diferentes culturas com seus horizontes globais e não de cunho nacional.
O mais interessante é que a mudança está ocorrendo numa sociedade extremamente tradicional e machista!
Assim o chamado Programa dos 12 Anos é baseado nos seguintes conceitos: Zero patriotismo; Zero supérfluo e Zero tarefa. São consideradas apenas 5 matérias: Aritmética voltada para negócios com operações básicas e uso comercial para calculadoras. Leitura, onde os alunos começam a ler diariamente uma folha de um livro de escolha livre, porém, o sistema exige que o aluno tenha lido o livro em uma semana. Cidadania, entendida como pleno respeito às leis, coragem cívica, ética, respeito às regras de convivência, tolerância, altruísmo e respeito a ecologia. Computação, com conhecimentos em Office, Internet, redes sociais e negócios On Line. O novo método estabelece o conhecimento de quatro línguas, alfabetos, culturas e religiões, ou seja, Japonês, Inglês, Chinês e Árabe, com possibilidades plenas de fazerem visitas de intercambio com familiares em cada país de estudo no verão.
Mas qual seria o resultado desse programa no futuro?
O resultado imaginado é que jovens aos 18 anos estariam aptos a falarem quatro idiomas, ter conhecimento de quatro culturas diferentes, quatro alfabetos e quatro religiões distintas. Os alunos seriam bastante expertos no uso de seus computadores. Leriam 52 livros a cada ano com restrito respeito às leis, a ecologia e a convivência entre si e os povos, com manipulação minuciosa da matemática empresarial.
O único, porém, é que será contra eles que nossos filhos e netos irão competir.
Mas quem são os nossos filhos e netos?
“Carinhas” que sabem mais de TV, fofocas, nomes de artistas famosos, porém, sem história.
Adolescentes que falam o Espanhol só mais ou menos, têm ortografia ruim, não conseguem fazer somas de frações, e são especialistas em “copias durante os exames”. Crianças que passam mais tempo assistindo à estúpida televisão do que estudando ou lendo, quase sem entender o que lêem. Crianças que são chamadas de “vídeo homo” porque não se socializam, sendo estupidificados com o iPod, iPed, Tablets, skate, blackbarries, facebook, chats, onde só falam das mesmas “porcarias” listadas acima. Ou estão nos joguinhos de computador, em isolamento, num autismo claro capaz de ameaçar a liberdade, a educação, a auto-estima, o respeito pelos seus pais ou outras pessoas, a solidariedade, a cultura, promovendo assim um egoísmo alarmante!
Fica assim um alerta para pais e mestres!

Fonte: Francisco Javier Abad Vélez, Decano na Facultad de Negocios y Ciencias Empresariales – Uma Universidade Privada da Argentina. 

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