quarta-feira, 1 de julho de 2015

Vai um pouco de Marshmallow, aí?

Uma série de estudos denominados de “recompensa retardada” realizados no final dos anos de 1960 e início dos anos de 1970 liderados pelo psicólogo Walter Mischel, professor da Universidade de Stanford dos Estados Unidos da América, oferecia às crianças uma escolha entre uma pequena recompensa entregue imediatamente ou duas pequenas recompensas se ela esperasse até o retorno do pesquisador, por aproximadamente 15 minutos.
O propósito deste estudo era entender como o mecanismo de controle da gratificação negada e a habilidade de esperar para se obter algo que se queira mais adiante, se manifestaria nas crianças.
O chamado experimento do marshmallow tomou corpo então na Escola “Bing Nursery” localizada na “Universidade de Stanford”, com crianças entre quatro e seis anos de idade como objeto de estudo.
Assim, as crianças foram deixadas em uma sala, isoladas de distrações, onde a tentação era escolher “cookie (bolacha), marshmallow (uma espécie de doce muito apreciado por lá) ou pretzel stick (um biscoitinho na forma de palito)”.
As guloseimas foram expostas em uma mesa, com uma cadeira próxima. As crianças podiam comer o marshmallow, diziam os pesquisadores, mas se elas esperassem por quinze minutos sem cair na tentação de comê-lo, elas seriam recompensadas com um segundo marshmallow.
O professor Mischel observou que algumas crianças queriam cobrir seus olhos com suas mãos ou virar-se para que não vissem a guloseima, outras começavam a chutar a mesa, puxar suas tranças, afagar o marshmallow como se ele fosse um pequeno bicho de pelúcia, enquanto outras queriam simplesmente comer o marshmallow tão logo os pesquisadores saíssem da sala.
Das mais de 600 crianças que fizeram parte do experimento, somente a minoria comeu o marshmallow imediatamente. Um terço delas postergou a recompensa por tempo suficiente para conseguir o segundo marshmallow, e, verificou-se que a idade foi o maior determinante para a não obtenção da gratificação.
Nos estudos de follow-up (acompanhamento), o professor Mischel encontrou inesperadas correlações entre os resultados do teste de marshmallow e o sucesso das crianças alguns anos mais tarde. 
O primeiro estudo de follow-up, em 1988, mostrou que as crianças da pré-escola que por mais tempo toleraram o retardamento da recompensa, em um paradigma auto-imposto, foram descritas mais de 10 anos depois, por seus pais, como adolescentes significantemente mais competentes.
Um segundo estudo de follow-up, em 1990, mostrou que a habilidade de retardar recompensas também estava correlacionada com um melhor desempenho nos exames educacionais padronizados dos EUA.
Assim, a conclusão do experimento provou que aquelas pessoas que conseguiram controlar o impulso da sua satisfação imediata, se tornaram em média, pessoas adultas com mais sucesso, tanto profissional quanto pessoal.
E você? O que faria? Quanto tempo você acredita que resistiria a um experimento deste?
Fazendo uma analogia com a atual crise brasileira qual seria o seu comportamento? Seria o de resistência à crise ou o de se afundar com ela?
Pense nisso!

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