terça-feira, 18 de agosto de 2015

O Povo Equilibrista

Vai passar!
Nessa avenida uma manifestação estritamente popular. E em cada paralelepípedo, da velha cidade, esse dia vai ser de arrepiar. Ao lembrar que assim sambaram os nossos ancestrais, em outros tristes carnavais.
Hoje, página infeliz da nossa história, que não fique como passagem desbotada na memória, das nossas novas e antigas gerações.
Ao lembrar, que dormia, a nossa pátria mãe tão distraída, sem perceber que era subtraída, em tenebrosas transações de “mensalões, pretrolões e eletrolões”!
Seus filhos, errantes cegos pelo continente, levavam pedras, feito penitentes, erguendo estranhas catedrais de estádios inúteis em disputas imorais.
Mas um dia, afinal, teremos circo, com obstipação de “Brahma” e outros mais da contramão. Com direito a uma alegria fugaz, uma ofegante epidemia, que se chamava carnaval, o carnaval, o carnaval.
Vejam a ala dos Barões Famintos, o bloco dos Napoleões Retintos, e os pigmeus do Bulevar. Meu Deus vem olhar, a evolução da liberdade, até o dia clarear.
Em ruas e avenidas em capitais, cidades e vilas o povo em turbilhão vem bradar. Ardida em sentimentos febris de democracia à pátria amada mãe gentil tão solapada nestes dias, da vontade de chorar!
Afaga o dia em esquinas de quarteirões e o povo em borbotões. O maior protagonista forja história em seus cordões. Empunhados de seus estandartes em inventivas expressões. O verde e amarelo é seu traje padrão, longe do vermelho que nos enrubresce de vergonha e humilhação.
Bradando a evolução da liberdade de um melhor país para futuras gerações que não merece perder o seu futuro, por meia dúzia de gentis, ladrões. Outrora fosse meia dúzia, e assim, de outros mais. Infelizmente, são muitos, e muitos mais!
Caía à tarde, feito a um viaduto. Tal qual os que caem ceifando vidas em cidades do país de agora. Espelho sem fim de uma corrupção que se aflora. 
Às ruas em multidões expressa nojo à desfaçatez enfinda para trazer de volta o futuro roubado, ainda.
A lua, mata-borrão no céu, tamanha inspiração, era somente lisura, brancura, transparência, decência e limpidez, que escapa na administração da coisa que é pública, causadora de indignação, tamanha insensatez.
O povo equilibrista fazia irreverências mil, pra noite do Brasil. Na corda bamba equilibrista a comer o pão que PT amassou. Sem emprego, sem transporte e até sem o sono que a ilusão tirou.
E sonha com a volta de um país azul anil, sem choro de Marias e Clarisses, no solo do Brasil.
Mas, uma dor assim pungente, não há de ser inutilmente. Há esperança! Na corda bamba de sombrinha, que em cada passo dessa linha, pode se machucar.
E a esperança equilibrista sabe que o show de todo artista, tem que continuar, apesar do lotação a se atrasar.
Meu Brasil!

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