segunda-feira, 7 de setembro de 2015

O Desajuste do Ajuste

Tudo se inicia em 2003 com a presença de um governo populista no Palácio do Planalto o qual nadou em águas limpas e surfou no legado de seu antecessor e no boom do mercado internacional.
Mas por que é preciso dizer isto? Porque na teoria e nas diretrizes da boa administração pública as reformas devem ser implementadas nos momentos de bonanza e não nos momentos de crise como agora.
Como sabemos o Populismo brasileiro se recusou a realizar as reformas do país que vinham sendo implantadas no governo anterior, simplesmente, por questões ideológicas.
Assim, a operacionalidade dos comunistas/socialistas é outra. Não se aceita e não se trabalha com o capitalismo, tem uma visão míope que promove a distribuição de tudo se esquecendo que a riqueza das nações vem do capitalismo, principalmente, do setor privado, mais ágil, mais competitivo e voltado para o lucro, que ao contrário do que pensam os comunistas/socialistas, é o lubrificante do sucesso, é quem ativa e dinamiza todo o processo, é quem determina se vale ou não a pena o esforço financeiro de tocar esse ou aquele empreendimento e não o estado que nada produz, a não ser leis, com o objetivo de tomar o dinheiro ou os recursos financeiros de quem trabalha e trabalha muito para se manter no mercado, matando assim a galinha dos ovos de ouro.
Mas, o comunismo/socialismo brasileiro já vinha se desenhando há algum tempo, sem que os brasileiros mais simples ou aqueles com menos conhecimento pudesse perceber, principalmente, pela falta de escolaridade.
Assim, bem antes de chegarem ao poder central, já atentavam contra as práticas democráticas em atitudes sutis como a não assinatura da Constituição Brasileira de 1988; o não apoiamento ao Plano Real em 1992 e outros mais.
Transcorreram-se 12 anos e absolutamente nada se construiu de estruturante no país, nesse período populista, o qual sempre se posicionou na falsa mídia do país das maravilhas e na falsa idéia do dinheiro fácil. Refiro-me aos recursos financeiros que rolavam fartamente nas campanhas eleitorais e que agora sabemos a sua origem suja proveniente dos desvios da Petrobrás para a tristeza dos brasileiros que trabalham arduamente em seu dia a dia, assim como para o desapontamento dos crentes do país das maravilhas, o qual nunca existiu.
Por baixo do tapete corria o mensalão que se caracterizou pela compra de votos de parlamentares no Congresso Nacional, e o petrolão/eletrolão caracterizado por propinas para o financiamento de campanhas eleitorais com o objetivo de permanência no poder. Por baixo dos panos corria também o envio confidencial de recursos financeiros do povo brasileiro para abastecer os companheiros vizinhos da América Latina como Venezuela, Cuba, Uruguai, etc., financiando Portos, Rodovias e Ferrovias,
mesmo sabendo que a infraestrutura brasileira estava exigindo recursos para a sua modernização.
Mas o que é, realmente, infraestrutura? Infraestrutura vai desde a construção de pontes, estradas, portos, viadutos, até a estruturação da educação, da saúde, da segurança pública e tantas outras desleixadas pela fome de poder.
Pois bem. Depois de 12 anos 6 meses e 25 dias de populismo, o país assiste a uma Presidente da República desgastada e agonizante, que, ata- balhoadamente, tenta realizar um ajuste o qual se percebe, fora fabricado apenas para que a presidente tomasse posse, já que o resultado das urnas já lhe conferia um certo desgaste o qual se avolumou ao tomar medidas inteiramente desconexas com o que havia sido verbalizado nas campanhas eleitorais.
Assim, logo de início do chamado Ajuste Fiscal (aumento de impostos) se caracterizou pela falta de apoio da própria presidente ao Ministro Levy, o que ficou caracterizado pela ausência da presidente na posse de seu novo Ministro da Fazenda, talvez a presidente tenha ficado envergonhada ao destruir sua oponente Marina Silva ligando-a aos banqueiros e agora a presidente sairia na foto exatamente com um representante dos banqueiros na posse do ministro. Juntemos a isso as suas próprias mentiras durante a campanha eleitoral. Engraçado não?
Pois é, todo administrador sabe que um ajuste de magnitude deve ter as diretrizes e o comprometimento da alta administração seja de uma empresa, seja da presidência da república. A ausência na posse do ministro sinalizou o improviso e falta de rumo de um plano que deveria ser constituído para o longo prazo indo fundo nas questões estruturais do país.
Somente muito depois é que a Presidente resolveu apoiar o seu próprio ajuste, o que passou a impressão de que o seu governo não tinha plano algum, apenas um ministro navegando sozinho, sem rumo e sem o devido apoio.
Mas o Ministro Levy não perdeu por esperar e agora mais recentemente teve que engolir a reversão da meta fiscal de 1,1% do PIB para 0,15% do PIB, o que não representa praticamente nada nas contas públicas e para a devida credibilidade da economia brasileira.
Assim, o populismo brasileiro somente fez adiar, há décadas, as reformas estruturais que o Brasil tanto precisa detonando a boa governaça pública, destruindo as finanças e a credibilidade do país.
A falsa realidade tarifária e a euforia ilusória propagandeada pelo governo iludiu à opinião pública e o governo se realimentou dela impedindo que a realidade de agora fosse visualizada pela população.
Finalmente, a cegueira governamental e a lógica de governar para atender reivindicações imediatas de grupos específicos e a ganância eleitoral e de poder levaram a irresponsabilidades que podemos agora chamar de desajustadoras.

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