quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Liberais x Esquerdistas

Caso você seja um liberal e tenha discutido sobre política com algum amigo de esquerda, certamente já deva ter ouvido algumas das frases ditas como chavões do esquerdismo.
Nestes tempos em que os discursos políticos se acentuam, os esteriótipos são inescapáveis seja por mera ignorância a respeito das coisas que a pessoa defenda, seja por puro cinismo mesmo.
Vamos entender alguns dos clichês que os liberais costumam ouvir de quem é de esquerda. É preciso pontuar que as visões são estereotipadas (generalizadas), afinal nossa identificação por grupos é construída a partir de clichês, os quais os liberais também não se escapam disso. Acalme-se, não será preciso ir a Cuba para saber um pouco sobre isto.
Assim diria um esquerdista: “Você não se importa com os mais pobres.”
Será que por alguma razão desconexa da realidade não é possível conciliar a defesa do liberalismo com o cuidado aos mais pobres? Infelizmente, para um esquerdista, não. No inconsciente coletivo político, quem combate medidas de esquerda, indiretamente ataca os mais vulneráveis – como se houvesse um monopólio ao cuidado deles, devidamente preenchido por um único lado do espectro político. Mas vamos combinar o seguinte? Esse monopólio não existe. Não é verdade que somente os esquerdistas se interessam pelos mais pobres.
Os liberais, na verdade, costumam torcer o nariz a direitos trabalhistas como o salário mínimo, o décimo terceiro e o FGTS. Mas isso não acontece por mera mesquinharia. Não é como se os liberais formassem uma associação maquiavélica dos adoradores dos patrões e dos inimigos dos trabalhadores, como os clichês buscam apresentar. A descrença nos direitos trabalhistas normalmente se justifica porque os liberais não costumam enxergá-los como um benefício real aos trabalhadores e cada um desses motivos é acompanhado por argumentos econômicos, onde há vasta literatura a respeito.
Quem comenta que existem muitos pobres no país e que esse é um sério problema atesta o óbvio. A diferença aqui está nos modelos defendidos para que essa pobreza seja atenuada. Os liberais acreditam que ela só será combatida de fato com políticas que reduzam o tamanho do Estado brasileiro, ou seja, menos burocracia, menos impostos, mais concorrência, mais liberdade econômica. Dessa forma, não apenas quem empreende, mas que é empregado conseguirá alcançar uma melhor qualidade de vida.
E esse não é um discurso vazio, desencontrado com a realidade. Na prática, longe das discussões políticas, quanto menos livre economicamente um país, mais pobre ele é.
Os liberais enxergam os entraves à liberdade na economia como barreiras ao desenvolvimento dos mais pobres. Até porque excesso de burocracia e impostos escorchantes doe mais no bolso dos pobres, não é mesmo? Ainda assim, a idéia de que a esquerda estatizante monopoliza os cuidados dos pobres, apenas faz ludibriar o senso comum. É algo falso, como dizer que existe chifre na cabeça de cavalo.
Pense nisso!

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