quinta-feira, 12 de maio de 2016

A crise no Vale do Aço

O Vale do Aço já não é mais o mesmo!
Diante da crise política, econômica e moral por que passa o país, aprofundado pela a crise na siderurgia mundial desde 2009 advinda da crise norte americana do “sub-prime” em 2008, acrescido do desmanche da Petrobrás praticado por um governo central desastroso e corrupto coloca o Vale do Aço de joelhos diante de sua maior crise, deixando a sociedade, simplesmente, atônita e impotente.
Sem perspectivas para o curto prazo a sociedade do Vale do Aço assiste perplexa a ensossa participação da atividade política da região, sem respostas concretas a uma sociedade acostumada a grandes desafios e que sempre teve como seu ponto forte o enfrentamento ao trabalho árduo, não se importando se ele acontece nas proximidades de um Alto Forno com temperaturas elevadas ou na árdua utilização dos neurônios em salas com ar condicionado, procurando dar sempre o melhor de si para as empresas da região.
É naturalmente fácil dizer agora diante das crises que atravessa o Vale do Aço que a cidade tem uma imensa dependência das grandes empresas, mais particularmente, a dependência do aço produzido por elas.
Mas o que se observa mesmo é a inabilidade dos políticos de plantão sem nenhuma visão de futuro para a região, uma vez que, nada fizeram e nada produziram nos tempos de absoluta bonança, pois, é da natureza política se pensar o futuro seja de uma sociedade, seja de uma região, seja de um empreendimento, seja de uma família nos momentos de tranquilidade.
Neste contexto, as cidades do Vale do Aço veem a arrecadação de impostos minguarem nas prefeituras em função da fraca atividade das empresas principais e regionais. O comércio assiste a queda nas vendas e o aumento dos inadimplentes. Lojas abrem e fecham outras nem conseguem abrir. O turismo de negócios cai fazendo a hotelaria regional transformar-se em espaços para atividades diversas. As pessoas que trabalham na prestação de serviços como taxistas e restaurantes, dentre outros, sentem o peso da crise.
A construção civil vê a queda nos negócios. O nível de emprego se torna reduzido e chega a bater mais de 9% da população ativa. Diante das incertezas reduzem-se os investimentos. As prefeituras se fartam de dívidas e buscam o objetivo míope da rolagem de suas dívidas, escalonam-se salários, suspendem-se a complementação de aposentadorias de servidores e, por outro lado, creches são fechadas.
Nesta toada, empresas locais veem cortando empregos e algumas já fecharam as portas. Investimentos foram engavetados, a arrecadação pública caiu e a companhia que sempre foi o motor da região, a Usiminas, coloca a população em suspense.
A siderurgia que se tornou atrativo maior para o surgimento de uma variedade de empresas do setor metal mecânico e que, portanto, prosperou junto com ela, padece agora as suas dificuldades.
Em Timóteo a situação não é diferente, a Aperam, maior produtora de aço inox da América Latina, com sede em Luxemburgo, também tenta absorver os efeitos da apatia da economia do país e dos mercados internacionais.
O grupo X, de Eike Batista, também deixou marcas na região. Com o fim de suas empresas alimentadas com dinheiro do BNDES, pedidos empresariais ficaram nos pátios das empresas locais que se debatem com a segunda onda da Operação Lava Jato que vem desbaratando o mega esquema de corrupção e propinas que envolvem as grandes construtoras do país e a Petrobrás, onde as empresas do setor metal mecânico se ancoravam para fugir um pouco da siderurgia em decadência.
Porém, a dinamização do setor metal mecânico prossegue com vistas a oferta de serviços ao mercado da agroindústria e do setor de energia elétrica, mais precisamente a indústria eólica e na busca da criação de um centro de engenharia no Vale do Aço.
Mas, a solução para a região passa mesmo por estabelecer um centro de excelência educativa nas escolas regionais, desde o ensino básico até às universidades. Sem isso nada acontecerá de criativo por aqui.
Será também necessário a construção de um exemplar sistema de logística que passa por duplicações das BR 381 que liga Belo Horizonte a Governador Valadares e da BR 458 que liga Ipatinga à estrada Rio Bahia, no município de Inhapim, além da dinamização do transporte de carga pela via ferroviária.

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