domingo, 22 de maio de 2016

O país tem sede de futuro

O Brasil, simplesmente, desandou nestes últimos quatorze anos. É bem verdade. E com isso se atrasou não somente em relação a seus pares na corrida ao desenvolvimento, como também se distanciou profundamente dos países considerados de ponta nessa caminha rumo ao desenvolvimento e à modernização. Desta maneira nos tornamos distante do centro do mundo desenvolvido e, claro, uma recuperação não será algo fácil, demandará tempo o qual nos empurra a trabalhar arduamente e corretamente, sem os erros de hoje.
Em realidade, é como se estivéssemos em uma maratona a qual estamos quase na rabeira. Para reverter esta situação e atingir os que estão na ponta, temos duas situações prováveis: ou os demais se atrasam (alternativa menos provável) ou teremos que correr mais rápido que os demais concorrentes, sem que nos cansemos durante o percurso da prova, o que nos coloca em um imenso desafio.
Assim coisas básicas como saneamento básico, educação, segurança, saúde e tributação civilizada deveriam ser algo consolidado por aqui.
Por outro lado, precisamos ter cidadãos com elevado grau de civilização, com elevado grau de maturidade escolar, além de uma plataforma industrial com elevado grau de industrialização com potencial de inovação para a economia e para a sociedade em geral onde a pesquisa e inovações sejam a regra. Precisamos ainda de uma democracia consolidada e de um capitalismo moderno. Algo que seja entendido pela população como condição “sine qua non” para o nosso sucesso.
As dificuldades para vencermos esta maratona aumentam quando verificamos que estamos sintonizados em práticas envelhecidas, não no novo. Ou seja, estamos focados numa velharia que tem nos remetido à Coréia do Norte ou até mesmo à Venezuela.
Opostamente a tudo isto, parece mesmo que o nosso país tem, invariavelmente, é um grande encontro com o futuro, com o seu futuro, com a sua história e com o seu povo, longe do buraco negro do atraso, da burocracia, da incompetência.
Nascemos para ser uma nação grande e forte em todos os sentidos. Temos tudo pela frente. Desde que tenhamos administrações decente e honesta, bem longe de tudo isto que está por aí.
Nosso país é um país que trabalha e faremos com o estoque de nosso trabalho uma geração de riqueza (a soma das riquezas individuais de cada um) que transformada em poupança se deslocará honesta e cuidadosamente a nosso projeto de nação através da dotação de uma infraestrutura adequada, moderna, que vá ao encontro da criatividade brasileira.
Faremos uma nação que não dependa das falsas benesses governamentais, aquelas que fazem de conta que resolve o problema, mas que busca mesmo é domesticar a população mais pobre apenas como massa de manobra eleitoral. Refiro-me aqueles programas que apenas oferecem migalhas os quais de social e de seriedade quase nada têm, apenas escravismo que não liberta.
O país tem sede de futuro, quer e deseja se encontrar num projeto de verdade, de decência, de educação, de ética e de inovação.
O país se cansou de ser obeso, de ter um estado demasiadamente grande obsoleto e absolutista que não cabe em seu orçamento. Muito pelo contrário. O país que ser “slim”, forte e poderoso com o fruto do trabalho dos brasileiros, bem longe dos ditos, salvadores da pátria.
Nosso país não quer ser vermelho. As cores tradicionais de nossa bandeira, simplesmente, não combinam com o vermelho.  Essa não é a genuína vocação do Brasil e dos brasileiros e invariavelmente não temos vocação para sermos a Venezuela tal qual ela o é hoje.
O país tem sede de futuro. Tem sede da boa música que desapareceu, tem sede dos nossos grandes autores literários, tem sede até mesmo do nosso bom futebol que dispensa os estádios suntuosos forjados na corrupção.
O país tem sede de moralidade, de trabalho honesto, de rumo certo e de planejamento que lhe dê sustentação para crescer na educação, da decência, da saúde, na segurança e em uma justiça que seja justa.
Não podemos crescer sem trabalho porque o trabalho é o grande direcionador da humanidade. É através dele que as melhores cabeças de uma nação se instrumentalizam na busca de modelos inovadores para a solução de nossos problemas.
Somos um país naturalmente rico, todos sabemos. Porém, não nos enganemos, a maior riqueza de um país é naturalmente a qualidade e a educação de seu povo. Não deixemos que nos roubem isso, a nossa capacidade de sermos povo. De sermos um povo plural, miscigenado, nessa cultura luso-brasileira, africana, indígena a qual aprendemos a conviver com as diversidades raciais, de gênero, dentre outras.
Temos um encontro com o futuro. O futuro da elevada escolaridade, da volta à escola e aos livros, embora estejamos num mundo cujo ambiente seja o de multimídias. Vamos adiante, formemos nossos cidadãos adultos com alta escolaridade e que a escola os tenha oferecido o conhecimento e a absorção necessárias de seus conteúdos e, principalmente, da clássica literatura mundial e brasileira para que possamos nos conhecer cada vez mais e melhor para sermos, invariavelmente, cidadãos do mundo.
O criador nos confiou à diversidade cultural não para dividi-la, mas para somar com cada um de nós a nossa mistura. Esse é o caldo de uma nova nação ou de uma nação nova, uma nação de justiça, de amor, de esperança de que todos sejam iguais nas oportunidades.
Por fim, que cada um dos nós tenha vergonha do que acontece hoje no Brasil. Vergonha para entender que pegamos o bonde errado ou nos ofereceram o bonde errado. Ter vergonha não é pecado. Por isso, é preciso entender que ter vergonha do que fizemos é o inicio do caminho do recomeço. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário