quinta-feira, 9 de junho de 2016

Aprofundamento da Crise Política e Moral do País

Em ritmo acelerado o desenrolar dos eventos em Brasília se mostra difícil para as pessoas acompanhar e entender o que está, realmente, acontecendo.
Assim, Brasília se encontra em temperatura máxima e a última semana não foi diferente. Mas, quais serão os desdobramentos de uma crise que se arrasta e, que inevitavelmente, se dará em impeachment?
A posse de Lula no Ministério da Casa Civil provocou polêmica, e esquentou os ânimos de todos após a divulgação de diálogos telefônicos entre o ex-presidente e a presidente Dilma Rousseff.
Em uma nomeação apressada, muitos viram neste ato uma tentativa de obstrução da Justiça, uma vez que o ex-presidente está sendo investigado por suposto envolvimento no esquema de corrupção da Petrobras.
Assim, a lógica da nomeação de Lula como ministro, por enquanto frustrada, leva o ex-presidente a ter foro privilegiado, só podendo ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e não pelo juiz federal Sergio Moro, do Paraná, responsável pelos processos da Operação Lava Jato.
Depois de idas e vindas o caso foi levado ao STF pelo PPS e PSDB. E na noite desta última sexta-feira, o ministro Gilmar Mendes suspendeu a posse de Lula e determinou que as investigações contra o ex-presidente, fiquem sob a responsabilidade de Moro.
O governo, por outro lado, apelou contra a suspensão e a decisão terá de ser tomada pelo plenário da corte que tem sessão marcada para o dia 30 de março, no entanto, existe a possibilidade de o STF convocar sessão extraordinária para decidir sobre isso.
Enquanto Lula aguarda uma decisão sobre sua nomeação no plenário do STF, seus apoiadores temem que ele possa vir a ser preso a qualquer momento.
Outro desdobramento importante da semana foi a instalação da comissão especial que vai analisar o impeachment da presidente Dilma Rousseff.
A comissão foi criada após três meses de o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha aceitar o pedido de impedimento da petista.
A demora acabou sendo desfavorável à presidente, dado que o cenário de crise política e econômica se agravou ainda mais neste período.
A comissão é composta por 65 deputados, que haviam sido previamente indicados por seus líderes partidários, respeitando determinação do STF.
Logo após a eleição dos integrantes do colegiado, o 1º secretário da Câmara, Beto Mansur (PRB-SP), entregou no Palácio do Planalto a notificação sobre o início dos trabalhos do grupo.
Com isso, começou a contar o prazo de até dez sessões para que a presidente apresente sua defesa. Depois disso, há um prazo de mais cinco sessões para que seja emitido o parecer, o que deve ocorrer ao final de abril.
Para que o processo contra Dilma seja aberto, primeiro é preciso que ao menos dois terços dos deputados (342 dos 513) aprovem essa medida; em seguida, a maioria simples dos senadores (ao menos 40 dos 81) deverá referendá-la.
Caso isso ocorra, Dilma fica automaticamente afastada do cargo enquanto é julgada pelos senadores. Nesse período, o vice-presidente assume interinamente o poder. A presidente só é definitivamente cassada se dois terços (54) dos senadores votarem nesse sentido.
Lembrando que no caso do impeachment de Collor, o processo no Senado levou três meses.
O fiel dessa balança é o PMDB. Para onde ele se inclinar leva o resultado. Assim, o maior partido da base aliada da presidente Dilma, o PMDB dá sinais de que pode deixar de apoiar o governo.
A próxima reunião do diretório nacional do partido foi marcada para o dia 29 de março, onde especialistas apontam para o rompimento do partido com o governo.

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