quinta-feira, 30 de junho de 2016

Atraindo Investimentos

Em meio à maior crise da história do Brasil governos e empresas haverão de buscar investimentos para a estruturação de seus negócios ou mesmo para o desenvolvimento do país. Porém, isto pode se tornar uma árdua tarefa em função das variáveis envolvidas. Digo isto porque existem variáveis controláveis e variáveis incontroláveis na atração de investimentos que podem estar dentro de um contexto maior ao qual escapa ao controle estrito de um administrador seja ele público ou privado.
Assim, para atuar na atração de investimentos é preciso conhecer a ambiência macroeconômica a qual se encontra o empreendimento e verificar se a situação econômica é estável e se há estabilidade política; será preciso observar a existência de um sistema legal eficiente ou mesmo de um sistema fiscal competitivo e ainda apurar a existência de uma legislação de trabalho flexível; certificar se existem baixos níveis de burocracia e se existem ausência de barreiras alfandegárias ou de medidas protecionistas, ou mesmo, de incentivos públicos à atividade econômica.
Por outro anglo é preciso conhecer as características do mercado em geral, como propriamente, a dimensão do mercado, a qualidade das instalações, a centralidade geográfica, a facilidade de acesso a outros mercados, a dimensão das empresas, a presença de concorrentes nacionais e internacionais, a existência de empresas complementares e a existência de recursos naturais.
Outro conhecimento interessante é a infraestrutura que pode ser dimensionada pela qualidade das vias rodoviárias, das vias férreas, das vias aéreas, marítimas e fluviais; conhecer qual a intermodalidade entre os meios de transporte; quais as infraestruturas tecnológicas e de comunicação e qual a sua ligação aos principais mercados existentes.
Será imprescindível conhecer as condições do capital humano e de bem estar que favorece a atração de investimentos como qualificação acadêmica e profissional dos trabalhadores e qual a qualidade do sistema de ensino; qual a qualidade de vida da região estudada e verificar a existência de acesso a bens básicos, a redes sociais interempresariais e se o desenvolvimento local é sustentável.
Necessário se torna ainda saber como se processa a inovação do meio empresarial; se há ligação do sistema de ensino à inovação; se existe ligação do meio empresarial ao sistema de ensino; se há efetivamente empresas de inovação e desenvolvimento; se existem polos tecnológicos; se existem centros tecnológicos e de desenvolvimento e qual o grau de registro de patentes.
Porém, apenas isso não basta é preciso conhecer os estudos de Shumpeter, economista e cientista político austríaco, um dos primeiros a considerar as inovações tecnológicas como motor do desenvolvimento capitalista empresarial. Ele criou o circulo onde a inovação gera lucros extraordinários, que gera difusão tecnológica, ao contrário de baixos lucros que levam às crises.
De forma complementar será necessário conhecer os estudos de Kondratieff, economista russo que nos fala das ondas cíclicas da economia que envolve o mundo empresarial, onde a primeira onda de 1785 se deu pela força da água, pelo início da indústria têxtil, pela utilização do ferro, pela mecanização de processos e pelo avanço do comércio.
Já a segunda onda em 1845 trouxe a introdução do vapor, da ferrovia, do aço e do algodão.
A terceira onda em 1900 nos deu a eletricidade, a química e o motor de combustão interna.
Em 1950 veio a quarta onda com a introdução da petroquímica, da eletrônica, da aviação e da navegação espacial.
A quinta onda em 1990 nos trouxe as redes digitais, os softwares, a biotecnologia e as novas mídias.
Já a sexta onda prevista para 2020 viria com a tecnologia ambiental; com a energia renovável; com a química verde; com a biomimética (estudo das melhores ideias da natureza para depois imitá-las); com o design de sistemas e com a nanotecnologia verde.
Daí, a máxima, conhecimento para atração de investimentos!

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