sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Economia Criativa

O mundo vem mudando e com ele também a economia e por associação os negócios.
Assim tanto empreendedores privados como empreendedores públicos conhecidos como presidentes, governadores e prefeitos precisam se sintonizar com a nova economia, se ligando ao novo vocabulário de consultores, mentores e investidores para que entendimento e relacionamento fluam uniformemente.
A economia criativa abrange, portanto, todo o ambiente de negócios que existe em torno da indústria criativa, ou seja, aquela indústria baseada em bens e serviços criativos. Desse modo, para estar dentro do novo conceito econômico, o produto criativo precisa gerar valor, produzir riqueza.
Desta forma, tocar violão nas horas vagas ou fazer um filme com os amigos, apesar de atividades criativas, só vão fazer parte da economia criativa quando alguém estiver lucrando diretamente com estas atividades ou pelo menos tentando iniciar esse processo.
Dois conceitos chaves como o “intangible assets” (bens intangíveis) e propriedade intelectual ajudam a entender melhor a economia criativa. O primeiro diz respeito a obras que não podem ser tocadas fisicamente, como o conteúdo de um livro, softwares, músicas ou filmes, mas que podem ter alto valor intelectual e comercial. Por exemplo, a marca “Coca-Cola” (não o refrigerante, mas a marca em si) é só um desenho associado a um nome, mas é também um dos bens mais valiosos do mundo. Já a propriedade intelectual é o conjunto de proteções que podem ser dadas a esses bens intangíveis, como copyrights (direitos autorais) e patentes os quais ajudam a identificar o valor comercial das obras.
A economia criativa teve seu início no Reino Unido onde se observou a necessidade de se implantar uma economia que fosse criativa dedicando mais atenção a políticas públicas que fossem diferentes das outras e também de outros setores.
Dessa maneira é do autor britânico John Howkins o mérito de condensar todas as discussões que vinham surgindo naquele momento e explicar o termo ao mundo, no best seller “The Creative Economy – How People Make Money From Ideias” (Economia Criativa – Como Ganhar Dinheiro com Ideias Criativas), de 2001.
Por outro lado, em um relatório de 1983, publicado pela primeira-ministra Margaret Thatcher, pela primeiríssima vez se reconheceu oficialmente a importância de áreas ligadas à tecnologia e à criatividade para o crescimento econômico do Reino Unido. Quase dez anos depois, em 1994, o então primeiro ministro Australiano Paul Keating publicou políticas públicas voltadas para a cultura, em um documento chamado “Creative Nation” (nação criativa), que já trazia o termo economia criativa. Logo depois, o primeiro ministro britânico Tony Blair incluiu o assunto em sua plataforma de governo durante sua campanha para o cargo de primeiro ministro britânico. Era um momento de grandes mudanças, de tentar entender um mundo que ia se tornando cada vez mais digital, mais rápido e competitivo, além de haver um grande pânico em torno da globalização. Nesse contexto, foi ficando claro que, de duas uma: ou a economia se basearia nos melhores preços ou na diferenciação através do valor agregado. Mas, para fazer serviços e bens diferentes, era preciso reconhecer o talento humano, que é a peça mais importante nessa nova economia e para estimular a economia criativa, investimentos em educação passaram a ser vistos como essenciais.
A economia criativa responde hoje por boa parte da geração de renda e empregos em vários países. Porém, como a lógica dos bens criativos é diferente da indústria tradicional que segue um modelo de produção e distribuição, fica o desafio de entender como funciona a economia criativa para ajudar na criação de políticas públicas, na organização de redes de inovação, na proteção de propriedades intelectuais e no estimulo ao mercado em torno delas.
Assim, a economia criativa traz a ideia de gerar atividades alternativas ao modelo vigente, que aumentem o fluxo de inteligência dos negócios, incentivem a geração de networking (relacionamento) entre diferentes áreas, unam grupos criativos dispersos e promovam talentos individuais.

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