quarta-feira, 19 de outubro de 2016

Expectativas Macroeconômicas

Em seu Relatório Trimestral de Inflação o Banco Central anunciou uma redução de 0,25 pontos percentuais na Taxa Selic (taxa básica de juros da economia) a ser referendada na próxima reunião do COPOM (Comitê de Política Monetária) prevista para este mês de outubro. Porém, um corte na taxa de juros em outubro depende da evolução da aprovação das medidas fiscais, que precisam ser aprovadas pelo Congresso Nacional.
O cenário macroeconômico previsto é o de um corte total na Taxa Selic de 0,75 pontos percentuais em 2016, fixando, portanto, a Taxa Selic em 13,5 pontos percentuais, iniciando assim uma nova etapa de redução dos juros no país. Porém, a realização de um ciclo de corte dos juros dependerá, principalmente, de três condições básicas: que os choques de preços de curto prazo não seja persistente; que aconteça o progresso nos ajustes e reformas fiscais no Congresso Nacional; e que a desinflação dos serviços prossiga dentro de uma velocidade adequada. Isso traz uma concepção de conjuntura que vem se materializando, qual seja, de uma visão mais positiva da economia com vistas à retomada de investimentos em todo país.
Assim, para o setor de bens de capital existe uma expectativa favorável de que 2017 seja um ano de conexão entre dois anos extremamente fracos (2015 e 2016) para anos melhores, ou seja, um bom 2018 e um forte 2019 que trarão um potencial de melhoria nas margens empresariais refletindo em melhor controle das dívidas das companhias e do setor como um todo.
Por outro lado, a taxa nacional de desemprego que se registrou em agosto e atingiu 11,8%, veio levemente acima das expectativas de mercado de 11,7%.
Já o crescimento nominal de salários foi levemente mais elevado nos últimos dois meses, com crescimento de 7,1% na comparação ano a ano. E na comparação de julho para agosto o crescimento foi de 5,8%, apesar da previsão de mercado para o trabalho ser ainda fraco mostrando que o consumo privado demorará mais tempo para se recuperar, com estimativas de que a taxa de desemprego deva chegar a 12,5% ao final deste ano de 2016.
Dados da Secex (Secretaria de Comércio Exterior) mostram que as exportações brasileiras para o terceiro trimestre de 2016 tem leitura positiva para as mineradoras e para as empresas de papel e celulose. Em relação ao minério de ferro, volumes fortes e preços mais altos devem levar a resultados robustos às empresas.
Já as exportações de aço permaneceram fracas, com menores margens e competitividade reduzida, embora os analistas de mercado tenham expectativas de nova rodada de aumento de preços dos produtos siderúrgicos.
Ainda no setor siderúrgico o destaque é o religamento de um dos altos-fornos da CSN neste mês de outubro o que evidencia a recuperação da demanda, ao mesmo tempo em que os preços devam continuar subindo.
As exportações de carnes referentes a setembro mostraram recuperação de volumes para todas as proteínas (carne bovina, suína e frango). A carne bovina é o destaque com fortes volumes para exportação, que subiram 12,8% em relação ao mês anterior após dados fracos em agosto e julho.
Para o setor de petróleo, gás e petroquímicos, os analistas destacam o otimismo das companhias em relação às mudanças na regulamentação para exploração e produção de petróleo, enquanto a venda de ativos da Petrobras trazem oportunidades de investimentos. O dado mais positivo para o setor de petróleo é que a Câmara Federal aprovou semana passada o texto base do projeto que acaba com a obrigatoriedade de a Petrobrás ser sócia obrigatória, com ao menos 30% de participação nos investimentos e ser a única operadora do Pré-Sal. Com a provação do texto base, as emendas propostas serão votadas nesta segunda feira para depois seguir para a sanção do presidente da República.
As mudanças são necessárias e positivas para a Petrobrás e para a indústria de petróleo e gás brasileira que certamente influenciará na vinda de novos investimentos para o setor, uma vez que permite a outras companhias a operar no chamado Pré-Sal. 

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