quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Navegando em águas turvas

A menos de quarto meses no poder, o presidente Temer conta com uma rejeição de 46%. Será isso normal? Parece que sim, pois em apenas quatro meses de mandato não se tira o Brasil do buraco ao qual o PT nos meteu.
Assim, por conta de quatorze anos de desmandos o país foi jogado na maior recessão de todos os tempos a qual trouxe como brinde de Natal e Ano Novo o índice de desemprego de 12% o qual se traduz em mais de 12 milhões de desempregados em todo o país. Notem que este é o índice médio de desemprego para a economia como um todo, porém quando se verifica o índice de desemprego para os jovens, ele atinge a desagradável marca de 23%, ou seja, mais de vinte milhões de jovens que não conseguem se encaixar no mercado de trabalho, seja pela retração da economia, seja pela má formação profissional, seja pela geração “nem, nem”, aqueles que não estudam e nem trabalham.
Mas não é somente isso, o estrago é tão grande que os empregados do serviço público amargam o atraso ou parcelamento dos salários, assim como do décimo terceiro, país afora.
No frigir dos ovos fica assim: quem está no serviço público não recebe o seu salário e quem está na iniciativa privada, ou é demitido ou corre o risco de receber o inesperado aviso prévio.
Neste contexto cabe a pergunta? Será que essa ideia de que nada está acontecendo no governo Temer, como se vende por aí, é verdadeira?
Considerando às circunstancias de momento, com tanto tiroteio pela imprensa e mídias sociais, perdemos às vezes, a noção de conjunto do que vem ocorrendo no país. Assim, nesse ambiente turbulento, podemos dizer que o governo Temer tem se revelado bom.
O país vem discutindo os seus problemas seja nas finanças públicas, seja no ensino público e a Operação Lava Jato vem cumprindo o seu papel; e há tempos o país não via uma agenda que fizesse tanto sentido ou que fosse composta de escolhas que caminham numa mesma direção.
Por outro lado, lateralmente, verifica-se tamanha conjugação de irresponsabilidades oriundas da oposição, do judiciário, do ministério público, do legislativo, e de setores da imprensa, onde transparece a perda completa de noção de institucionalidade com Ministros do STF concedendo liminares ilegais, com Procuradores da República convocando as ruas contra o congresso e parlamentares sonhando com retaliações, etc. Esse é o clima.
Com tantas atitudes a confundir a população, ainda assim, nesse pouco tempo de gestão, o governo Temer conseguiu aprovar uma PEC de gastos que impedirá, taxativamente, que o Brasil se torne um Rio de Janeiro de dimensões continentais. Aprovou na Câmara dos Deputados a Medida Provisória do Ensino Médio, enfrentando mistificações e desinformações gritantes. Aprovou a Medida Provisória do Setor Elétrico, que quase não foi notícia – área, especialmente, devastada pelo governo Dilma Rousseff. Aprovou o projeto que desobriga a Petrobrás de participar da exploração do Pré-Sal, e contratos já foram fechados sob as condições da nova regra. Aprovou a Lei da Governança das Estatais, palco da corruptela. Apresentou uma boa proposta para a Previdência Social, que, certamente, vai enfrentar resistência, principalmente, dos setores privilegiados da nação. No BNDES está em fase final o levantamento do estrago petista realizado por lá, e, o banco já se prepara para retomar financiamentos. Aprovou o Orçamento Público para o ano que vem e na semana passada anunciou um pacote de recuperação da economia, direcionado à microeconomia, ou seja, endereçado às empresas e às pessoas, que embora seja tímido, tem direcionamento acertado, sem conflitos de direção.
Não parece pouca coisa. Assim, estamos diante de uma agenda que interessa ao Brasil e aos brasileiros a qual não passa pelo esquerdismo nem pelo direitismo, mas uma agenda de estado, que contempla o futuro do país.
Tudo isso não implica que caso Temer tenha que pagar por erros de conduta, que também o pague, porém, após todo o processo investigativo, assim como para qualquer outro político ou brasileiro comum. Lembremos o compositor Herivelto Martins que em uma de suas canções dizia - é preciso julgar pra depois condenar.
Neste imbróglio de momento, é preciso ter cuidado com quem fala; do que se fala e por que se fala, pois, no próximo ano o país não terá crescimento novamente, será o terceiro ano de recessão. Ninguém aguenta isso. Daí o cuidado com os tumultuadores de sempre; aqueles que fazem do tumulto o seu jogo para atrair os inocentes ou desinformados que entram no jogo sem saber para quem se está jogando.
A instabilidade política interessa aos que estão fora do poder, porém, ela prejudica os investidores internos e os investimentos externos que não vêm por causa da instabilidade política e, como sabemos o estado brasileiro não dispõe de recursos para investir porque está deficitário.

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