segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Competitividade Digital

O Instituto IMD (International Institute for Management  Development)  da Suíça divulgou o Ranking de competitividade global e trouxe o Brasil em 61º lugar entre 63 países, o que é humilhante e, de certa forma, revela a dificuldade que teremos para recuperar o desastre dos governos esquerdistas no poder.
O ranking dado pela IMD avalia o perfil dos países com base em quatro pilares como desempenho econômico, eficiência de governo, eficiência empresarial e infraestrutura. Em todos eles, o Brasil recuou em 2017, ficando à frente somente de Mongólia e Venezuela.
Dentro de um aspecto de avanço nos processos de medição do desempenho dos países, o IMD criou um novo ranking que aponta para o futuro, ou seja, o Ranking Mundial de Competitividade Digital. Nele, o Brasil se classificou também lá atrás, em 55º lugar entre os 63 países.
Singapura, Suécia e Estados Unidos são os três primeiros colocados no ranking de competitividade digital, o que era de se esperar.
No Brasil os altos custos têm impedido o acesso universal dos brasileiros à tecnologia, o que muito nos dificulta, pois, sem essa tecnologia o país não prosperará no século XXI.
Para termos uma ideia, o imposto dos eletrônicos importados no Brasil é de cerca de 60%, mais o ICMS que varia de estado para estado, além da conversão de nossa moeda para o Dólar.
No último mês de agosto o governo diminuiu o imposto de itens importados sem produção nacional, o que já é um avanço. Porém, o Brasil ainda está longe de se tornar um país digital.
Em realidade falta visão política que contemple a tecnologia como sendo algo importante para o país como um todo. Assim, a partir do instante em que se taxa muito os serviços e produtos ligados à essa área da tecnologia, claro, isso faz diminuir o acesso à essa tecnologia.
Lembremos ainda, que além dos custos dos aparelhos eletrônicos, a nossa internet é uma das mais caras do mundo; e metade do preço que pagamos se refere a impostos estaduais, sendo que a faixa tributária é equivalente à faixa dos impostos para o cigarro, ou seja, uma das mais pesadas.
A Suécia é um exemplo de eficiência em política pública na área de tecnologia. O governo não tributa e ainda subsidia os eletrônicos e internet. O resultado foi à formação de uma geração de programadores que criaram sucessos mundiais como SKYPE, o SPORTFY e o jogo KUNG FRICHE.
Nesse campo, temos perdido gerações e grandes oportunidades ao distanciarmos das grandes ondas de TI. Lá traz perdemos o bonde com a reserva de mercado onde somente podíamos comprar a tecnologia produzida no Brasil enquanto, atualmente, estamos perdendo conhecimento em análises de dados, que será um item de grande demanda daqui para frente.
A tecnologia digital é um pilar da sociedade e todos os profissionais, de todas as áreas precisarão se preparar para analisar dados e caso  não se tenha competência para isso os profissionais daqui sairão em desvantagem em relação aos profissionais de outros países.
A tecnologia tem mudado velozmente, o que afeta não apenas como os negócios funcionam, mas também, como será o desempenho das nações de hoje e de um futuro próximo.
Robótica, impressoras 3D, neuro-tecnologia, moedas digitais, inteligência artificial e internet das coisas mudam o mundo; e para que os tomadores de decisões nas áreas públicas e privadas consigam lidar com essa transformação digital, será necessário medir o nível dessa digitalização. Daí a instituição dos rankings.
Desse moto os rankings fornecem a medida da capacidade de cada país para adotar e explorar as tecnologias digitais visando transformar práticas de governo, modelos de negócio e a sociedade em geral. Assim, a tecnologia digital é fundamental para aumentar a eficiência da economia e a melhoria na prestação de serviços para cidadãos e empresas.
O ranking desenvolvido pela IMD é baseado em 50 critérios agrupados em três fatores. O primeiro deles é o conhecimento. Nele, se verifica, por exemplo, o resultado da avaliação do PISA em Matemática, gastos com educação, percentual da população com curso superior, gastos com P&D, número de patentes registradas, atitude em relação à globalização e percentual de mulheres trabalhando nessas áreas.
O segundo fator é o ambiente tecnológico que inclui, dentre outros, a abertura de empresas, o cumprimento de contratos, o capital de risco, os serviços bancários e financeiros, o investimento em telecomunicações, o percentual de exportação de produtos de alta tecnologia e a velocidade de acesso à internet.
O terceiro fator é a capacidade de preparo para o futuro que inclui, dentre outros, o percentual de residências com tablets e smartphones, atitude em relação à globalização; o uso de big data analytics; o percentual de pequenas empresas inovadoras na indústria, o índice de e-gov (governo eletrônico) e a segurança no ciberespaço.
Dentro deste contexto, os Estados deveriam procurar medir o seu nível de competitividade digital para melhorar seus indicadores; pois, essa onda de desenvolvimento, provavelmente, será um dos principais critérios de atração de investimentos para os próximos anos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário